uma obra de arte
É saudade,então...
E mais uma vez, de você fiz o desenho mais perfeito que se fez.
Os traços copiei do que não aconteceu.
As cores que escolhi, entre as tintas que inventei, misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos de um dia sermos três.
Trabalhei você em luz e sombra.
E era sempre:
"Não foi por mal";
"Eu juro que nunca quis deixar você tão triste".
Sempre as mesmas desculpas...
E desculpas nem sempre são sinceras,
...Quase nunca são.
E desculpas nem sempre são sinceras,
...Quase nunca são.
...
Preparei a minha tela com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar.
A armação fiz com madeira da janela do seu quarto.
Do portão da sua casa fiz paleta e cavalete.
E com as lágrimas que não ficaram com você destilei óleo de linhaça.
E da sua cama arranquei pedaços que talhei em estiletes de tamanhos diferentes.
E fiz, então, pincéis com seus cabelos.
Fiz carvão do baton que roubei de você e com ele marquei dois pontos de fuga...
E rabisquei meu horizonte.
E era sempre:
"Não foi por mal";
"Eu juro que não foi por mal";
"Eu não queria machucar você";
"Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez".
E era sempre, sempre o mesmo, novamente, a mesma traição...
Às vezes é difícil esquecer:
"Sinto muito,ela não mora mais aqui"
"Sinto muito,ela não mora mais aqui"
...
Mas então por que eu finjo que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim, não foi desse jeito.
Ninguém sofreu...
É só você que me provoca essa saudade vazia, tentando pintar essas flores com o nome de:
"amor-perfeito" e "não-te-esqueças-de-mim".
Trem mais isquisito esse sô!!!
18:12
|
Cê Num Anima Di Vê Outros Trem Quinêm Esse??? >>
Prosa e Poesia
|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
""O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está continuando a viagem por conta própria.""
Mário Quintana
2 Tricotada:
1 de junho de 2008 às 22:47
Linda essa letra.
5 de junho de 2008 às 22:04
É um poema seu? Uma letra de alguma canção? Seja o que for, é muito bonito e criativo, sem contar da linguagem rebuscada e de uma modernidade invulgar.
Um beijo!
Postar um comentário