papo sério
Sei que esse blog, que eu costumo chamar de boga, foi feito quase totalmente voltado para o humor. Brinco com o sotaque regional de onde moro, me divirto com algumas atitudes politicamente incorretas que costumo postar aqui.
Mas infelizmente não é todo dia que o espirito da gente está disposto a apelar pra essa fuga que torna a vida mais bela.
Já postei aqui minha indignação sobre duas fiiadaputas mulheres que batiam em um idoso de quem lhes foi confiada a bela função de cuidar.
Já postei aqui minha indignação contra a fiiadaputa mulher que torturava uma criança em Goias.
Pensei em postar alguma coisa sobre a menina de São Paulo, mas confesso não tive estômago. Encontrei uma imagem que me chamou atenção aqui, acho até que isso de alguma forma poderia virar algum tipo de campanha, desenvolvida por quem criou. Mas desisti.
Por que?
Porque chegou um momento em que eu já não conseguia mais assistir, ler, me informar sobre isso. Me faz mal. Em alguns papos com uma pessoa especial cheguei a dizer algumas vezes: "BB, vamos mudar de assunto?".
As vezes acho que o mundo se alimenta de coisas assim. Não que eu goste de ser alienada, muito pelo contrário, mas realmente essa última história me fez mal.
Por que eu acho que o mundo se alimenta da desgraça alheia?
Hoje por exemplo li uma notícia interessante, a foto que ganhou o Prêmio Pulitzer esse ano retrata um jornalista sendo morto por um soldado. A foto pode ter sido "bem tirada", pode valer como registro jornalístico importante, mas, pra mim, é de um gosto um tanto quanto duvidoso.
O jornalista japonês Kenji Nagai morre atingido por tiro disparado por um soldado durante manifestações em Myanmar, no dia 27 de setembro de 2007. A imagem, registrada pelo fotógrafo Adress Latif, foi a vencedora do Prêmio Pulitzer na categoria Fotografia Jornalística. Os vencedores do prêmio – considerado um dos mais importantes do jornalismo mundial - foram anunciados nesta segunda-feira (7). (Foto: AP Photo/Adrees Latif, Reuters)
Isso me faz lembrar uma outra foto que vi uma vez, que também ganhou o Prêmio Pulitzer há muitos anos, quando eu não era nem projeto de bebê ainda.
Me lembro que deveria ter uns 15 ou 16 anos na época que olhei essa foto premiada pela primeira vez e fiquei uns dois dias sem dormir.
Também uma foto premiada por mostrar no momento certo, o sofrimento de alguém.
O fotógrafo Nick Ut ganhou o Prêmio Pulitzer com essa imagem. A foto da garota Kim Phuc, nua, fugindo de seu povoado que estava sofrendo um bombardeio de napalm, até hoje é lembrada como uma das mais terríveis imagens da Guerra do Vietnã.
Pelo menos essa garota sobreviveu e hoje é Embaixatriz da Boa Vontade da UNESCO.
E como dizia Mario Quintana...
"Se eu amo o meu semelhante? Sim. Mas onde encontrar o meu semelhante?"
Mundo mais isquisito esse sô!!!
00:30 | Cê Num Anima Di Vê Outros Trem Quinêm Esse??? >> Nadica di nada |
3 Tricotada:
9 de abril de 2008 às 12:21
ai fiquei arrepiado só de ler seu post concordo plenamente nossa vida já não é la estas coisa e ainda vem os jornalistas para abusar do sofrimento alheio. eu acho que basta dar a noticia de formo objetiva sem querer tirar proveito do sofrimento alheio.
10 de abril de 2008 às 04:26
Oiêee!
Também evitei, aliás, nem toquei nesse assunto no blog. Não tenho estômago mais. E olha, que eu já vi e vivi muito mais que você. Tem coisa que é inacreditável que um ser humano possa fazer, mas ele faz.
Beijos.
PS.: meu pc tá com dengue também... hoje mal pude postar. Por isso demorei a retribuir seus comentários que li e re-li.
Inté!!!
12 de abril de 2008 às 18:55
Fotografar ou não fotografar? Uma difícil decisão, no limiar da ética.
Um beijo!
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